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Hiato

February 27, 2012

Sinto como se estivesse morta.

Logo de cara, na saída

da sala

de parto me despedaço,

me despeço dele com um beijo

gelado,

a porta da vida se fechando

em seguida,

em silêncio

– o silêncio do teu pranto sufocado.

 

O tempo,

que a cada segundo

me faz mais irreal

(e que também há de levá-la),

espero que seque tuas lágrimas

sem afogá-lo no teu sal.

 

Quanto a mim,

nada me resta além

do agora

que é meu velório.

Viverei no cemitério,

para sempre vazia,

para que aquele

que por ti vela

sobreviva a mais uma noite

de vigília.

 

24/02/2012 (17h50)

From → Verso

4 Comments
  1. Caramba hein Elton!!!

    Esse poema ficou demais mano
    sem palavras mesmo. Ficou excelente! =]

    Realmente alguns amores não foram feitos para dar certo, mas apesar da dor da despedida a atitude de querer preservar ao máximo o outro e não guardar rancor é muito nobre.

    Abrços Brother
    Parabens!

    End Fernandes

    • Ainda não sei bem sobre o que é esse. Jogos de palavras e, principalmente, de personagens.

      Abraço!

  2. Menino, fiquei tensa, muito tensa, pensando em mães mortas. Credo. Mas tá lindo.

  3. Tem muita coisa nesse daí. Mas confesso que essa leitura me assustou, também. Não tinha me dado conta!

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