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Moça do vagão

July 15, 2010

Uma moça.

Bonita, delicada,

morena,

mexeu com a minha pressa.

Travou até um poema

que eu estava ensaiando,

roubou minha inspiração

inspirando o ar gelado do vagão.

E ficou assim, meio

de lado, calada

o trajeto inteiro,

a cabeça encostada

no travesseiro de vidro.

E eu ali junto,

perplexo,

a viagem toda a fingir que lia,

enquanto olhava seu reflexo.

15/07/2010 (19h07min), com espaço vago no peito.

From → Verso

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